quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Finalmente

Custou para livrar-me daquilo que não mais me cabia. Guardarroupa aberto, roupas espalhadas pelo chão e você do canto me ouvindo cantarolar a mesma canção desde o antepenúltimo mês. E o lixo cheio: de irritações, de desatinos, daquilo que não precisarei usar. Minha pressa é maior que qualquer tempo perdido. Despeço-me sem meias palavras: não somos mais. Nunca mais.

domingo, 11 de dezembro de 2011

ainda

Mas agora falta pouco.
A janela aberta me traz um céu azul, um sol de dezembro e a esperança de que o vento sopre fazendo o mesmo barulho que faz no inverno. Eu, daqui, contemplo os prédios - maiores e melhores - sempre na mesma posição. Não é assim que eu quero estar.
Não!
Eu quero estar longe. Em breve.
Muito em breve!

domingo, 6 de novembro de 2011

o que fazer?

Mas sempre falta algo: um beijo não dado, uma palavra não dita, o ponto final que se tornou apenas o encerramento de mais um parágrafo. Uma liberdade forçada cedida a alguém que só queria se prender. Mas eu fui, corri pra longe e finalmente, não te encontrei. Você - por outro lado - encontrou outros e fingiu estar satisfeito, quando era apenas a mim que teu corpo respondia. E eu de cá ria, via tua situação disfarçada, teu jogo perdido. E esperava você voltar e me beijar e confessar a besteira que fez quando me deixou partir. Este dia chega. O destino articula-se novamente pra nos juntar. Enfim você se deixa convencer por mim e me instiga a fazer o que eu sempre quis. Uma questão de honra, uma promessa. Uma vontade. Toda a saudade dos cinco minutos durante os quais eu me apaixonei. O desejo de sempre.


"Agradeça ao Senhor: você tem o amor que merece."

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

meu desatino

Minha espera, paciência.
Há tanto tempo.
- Finalmente!
Pergunto-me: há mal?
Há mal ... Ainda há.
Ainda há amor.

sábado, 22 de outubro de 2011

de novo

Sem motivo. É só um devaneio que me visita vez em quando e insiste em me reportar aos desejos guardados naquela gaveta emperrada do meu porão. É quando - de repente - minha mente está em você. Mas sempre é assim, você não desaparece nunca. Aqui, eu já não tenho domínios: as memórias são substantivos concretos; existem por quê querem e me invadem subtamente apenas por diversão. As coisas se moldam desse jeito e ao teu ver, é tudo novo (mas é só demais do mesmo). Tudo ainda há e faz questão de se mostrar presente, de não ser esquecido. Tudo adomerce tranquilo quando tua ausência incide aqui e é só você chegar para tudo despertar. E o que poderia ser? O que ficou pendente ainda sonha em ser. Ainda desejo fazer do meu corpo o teu lar.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

sobre o que não é meu

Certas coisas fogem do nosso controle. Ultrapassam nossas fronteiras, expandem-se por outros domínios e quando percebemos, já não nos compete vigiar sozinhos os nossos próprios limites. Meu espaço, então, invadido por tantos outros, parece que já não me pertence mais. Olhando bem ao redor, nada é - de fato - meu de verdade. É mais que uma perda: é um abandono. O tudo que foge de mim agora se deixa apropriar por outros serem diferentes do eu em mim que se desconstroi a cada despertar, na vida semi nova que eu tento forjar, na felicidade notoriamente e ignoradamente inexistente. Meu limite - severamente violado - acabou perdendo-se entre os espaços alheios. E por que há resistência? Simplesmente porque não há outra saída. Outra saída, aliás, há de existir. Mas não existe coragem para enfrentá-la como ela pede.


eu quero tocar fogo nesse apartamento, você não acredita
(...)
eu quero ir embora; eu quero dar o fora!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

o artista

A partir das 10:05h, não sou mais estudante: sou plateia.
Ali, sentada entre tantos outros, disponho-me a presenciar um dos maiores espetáculos dos quais já pude me considerar parte. Aos poucos, vejo o artista entrando no teu espaço, rodeado, perseguido. Singelo, nem aparenta abrigar a sabedoria e inteligência que o constituem. Após arrumar seus instrumentos, organiza-se no tablado - agora teu palco - e então faz o que sabe fazer de melhor. Teu show encanta, ensina, transcende, surpreende e até diverte. Minhas mãos unidas por ora não são mais apenas palmas, são aplausos. Ao sair deste quase transe, a sensação em mim é de que não há no mundo alguém capaz de substituí-lo ou diminuí-lo de qualquer forma (e nem eu me permitiria deixar algo tão encantador perder-se entre meus pensamentos sem ser devidamente registrado). Se há algum jeito de me tornar parte do que tu és, meu artista, por favor, indique-me. Sinto que teu roteiro me guiará de agora em diante.

terça-feira, 5 de julho de 2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

outra história que se repete

É só mais uma história que se repete, igual a todas as outras anteriores a ela. E digo 'outra vez', porque já perdeu-se as contas de quantas. Outra mágoa pra coleção, que encontra um espaço entre todas as outras e se encaixa e se firma e se consolida e não sai de dentro do meu peito. Outra ponta de faca, agora já arrendondada pelos meus murros, outra lágrima derramada pela mesma história repetida. Peças raras da história que vem e vai e finge sumir e sempre retorna mais forte. Outras palavras - ou talvez sejam as mesmas - que me dizem que não, que foi só um acaso, que não há nada mais em jogo e que é loucura minha confundir isto e aquilo. Outra vez, a história que insiste em derrubar aquilo tudo que eu, inutilmente, tento construir. Castelo de cartas no centro do furacão. A história repetida, com os mesmos personagens e fatos e contos e desculpas já tão conhecidas; aquela que me diz o que eu já sei de cor (e ainda assim, tento fechar os ouvidos para, então, abrir o coração). Outras pessoas, as mesmas pessoas, sempre. Outra vez a história que se repete e que me faz perguntar: qual o prazo de validade? quanto tempo mais vai levar pra isso tudo acabar?

sábado, 28 de maio de 2011

ao réu

A bancada do jurí te aponta, te condeda, te repreende. Daqui eu me deixo ser convencida por eles enquando tua ausência é mais parcial do que eu mesma. Enquanto eles apresentam as provas contra ti e os advogados fazem seu trabalho, eu tento te denfender apenas para mim. Até ser a tua vez de entrar em ação e me chegar assim, surpreendente, envolto em tons e sorriso e sabores e amores que jamais foram vistos. E eu não posso permitir tua prisão, se é você quem me traz todas as alegrias e desatinos necessárias a nossa história. Tuas testemunhas são as mais bem treinadas - talvez até digam a verdade por você - e teus lábios conhecem as palavras certas que devem ser proferidas para convencer a plateia. Certas vezes os papéis até se invertem e então sou eu implorando tua absolvição. Eu juíza, embora concorde com todos eles, sempre bato o martelo a teu favor. O réu - outra vez - foi inocentado de todas as acusações.

sábado, 7 de maio de 2011

para lembrar

- O que você carrega com tanto cuidado?
- Meus sonhos.
- Não pesa?
- Pesa, pesa muito! Mas com jeito, dá pra seguir.
- Não dá pra levá-los na mala?
- São muitos; não caberiam todos.
- E por que não levá-los no bolso do casaco?
- Algum bolso pode estar furado. Algum sonho ficaria no caminho.
- Mas precisa levar todos assim, amontoados nos braços?
- Preciso.
- Por que?
- Porque se eu não levar todos igualmente, algum pode ficar pra trás.
- Mas são tantos ...
- Eu sei. E é justamente por isso: não quero me esquecer de nenhum.
- Você não se cansa?
- Não.
- Não?
- Não ... Na verdade, eu que os canso, que os persigo, que não os deixo pra trás.
- Por que você não os abandona?
- Porque, se eu os abandonar, quem perde o sentido para viver sou eu.
- Mas pra que viver pelos teus sonhos?
- Se não pelos meus sonhos, viver pelo que?
- Me deixa te ajudar: divide alguns comigo?

terça-feira, 3 de maio de 2011

luto

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quem sabe o que este sorriso significa, não precisa de palavras.
Samilly Rios, você fará falta!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

pedante

Meus pés em vida própria me lançam em alto mar, de repente sou caravela sem tripulação percorrendo rotas num ritmo intenso. Mas agora eu já sei onde chegar; não finco minhas bandeira em território desconhecido nem conto vantagem antes de constatar minhas descobertas. Pedantemente, me atiro ao embaçado; eu quero enxergar nítidos os novos tons de quem reconstroi as molduras mais além e restaura as pinturas em cores vivas, tão vivas quanto o próprio sangue. Coragem para continuar o percurso, eu entendo sim os sinais. Os bons ventos me ajudam, as correntes não me traem e eu desembarcarei firme no meu destino assim que o avistar.

sexta-feira, 25 de março de 2011

parr-à-pluie II

O tempo recolheu-se hoje; assim como nós. Eu me pergunto se haverá algum tempo aberto daqui pra frente. Continuo contemplando com uma certa angústia essa noite que se banha nessa chuva que cai fina, lenta, pirracenta e indiferente, exatamente como o nosso tempo hoje. Já sabemos que as nuvens embaçam a visão, mas também deveríamos saber como resgatar aquele Sol fugido há poucos dias. Ainda me recordo do tempo aberto, do dia claro, sem pressa, sem hora, sem limites demarcados. Mas agora existe um rio entre nós; um rio que corre mais rápido e mais cheio d'água a casa vez em que insistimos em permitir que essa chuva caia. O tempo continua fechado e eu me pergunto se, talvez, pela manhã, tudo terá mudado de novo. Eu espero o tempo que for, mas espero que tenhamos tempo. E não esse tempo falso; da pressa, das obrigações, do adiável. Que tenhamos tempo limpo e aberto, que tenhamos tempo - de verdade - para nós.

sexta-feira, 4 de março de 2011

rei II

Ele me olha com aqueles olhos famintos. Como quem quer me provar, vai chegando perto aos poucos, como um predador que não pode afastar sua presa, e me capta entre os braços e me delineia com a ponta dos dedos e me fascina com aqueles olhos. Prende-me num cheiro que não defino, me aquieta e me diz que vai ficar tudo bem. Então tua boca, seca, cheia de sede, vai me bebendo depressa, desesperada, como quem tem medo de desperdiçar uma única gota da tua fonte. Bebe-me satisfeito e eu me pergunto como ele tem esse poder sobre mim. Mexe com meus sentidos. Puxa meu cabelo e inclina meu rosto para, então, dizer palavras doces ao meu ouvido, que se entrega fácil às suas querências. Brinca com meu corpo achando que meu veneno tem antídoto. Eu sinto suas mãos invadindo minhas tímidas curvas, sinto sua vontade de descobrir minhas terras, de fincar sua bandeira em mim. Ainda presa, ele me mastiga lentamente, salivando cada parte da minha pele. Equilibro-me na ponta da sua língua enquanto ele ri da minha tentativa de fugir; mas não há como escapar ilesa aos seus encantos. Ele me devora. E eu deixo. Porque eu já não sei ser eu; eu só sei com ele.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

rei

Vejo-me encarando faces desconhecidas, talvez na esperança infinita de que algum daqueles rostos deixe sua máscara cair e revele ali os teus caminhos ao meu encontro. É que com você ao lado, eu saberia em que direção apontar o gatilho. Agora - quase sozinha - a impressão que me resta é a de revólver descarregado, alvo longe e mira péssima. Enquanto você, já longe, traça o futuro cuidadosamente com a ponta dos calcanhares, da largada da estrada eu corro à mil pés entre buracos e poços d'água e cacos de vidro e qualquer coisa que me permita chegar rápido. Meu pódio, teu abraço. E assim, breve eu chegaria e você estaria me esperando com flores, sorrisos e planos; ainda que teu bom senso te implore pelo contrário. Os desejos ainda são os mesmos, mas a trajetória agora é outra. Ainda enxergo claro meu alvo, mas o medo é perder você de vista. Não imaginei que alguém pudesse fazer tanta falta. Não pensei ser tão difícil sem você.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

menino bonito do rosto de anjo

Sempre há alguém. Aquele suporte, aquela pessoa especial, o único que você sente poder confiar sem medo e que transmite aquela paz única e intransferível. Sempre tem um anjo em nossas vidas, que nos protegem e seguram e nos fazem acreditar que as coisas ainda valem a pena, mesmo que tudo perca o sentido. Sempre tem um carinho mágico, um encaixe, um espacinho no coração e muitas conversas a seguir. E eu poderia negar tudo isto que acabei de escrever, se não fosse pela existência de uma pessoa nesse mundo: Rodrigo Mota, meu cunhado lindo! Este fragmento é pra você; que tanto me escuta e aconselha, que tanto me apoia, que até dá crédito aos meus caprichos de cunhada ciumenta e boboca. Você precisa saber que tem um terreno enorme aqui, no meu peito, que é só teu! E não importa de quantos penhascos você pule, eu sempre estarei lá embaixo de braços apertos, pronta pra te segurar. Quando você precisar de alguém, sem designações, sabe que pode me gritar a qualquer hora puq eu sempre responderei ao teu chamado. Eu te amo, cunho.


domingo, 23 de janeiro de 2011

réquiem para um sonho

02:57h. Meus olhos, donos de si, abriram-se por conta própria e me forçaram a tentar enxergar, naquela escuridão da madrugada, algo que eu não veria na claridade. Sem sucesso, apostei desta vez tentar sonhar com o sonho que anda dominando a minha mente ultimamente e, encorajada pelo frio, puxei um pouco mais de cobertor, fechei os olhos novamente e dormi. Não dormi. Meus olhos abriram-se de novo e pediam mais calma dessa vez. Olhei no relógio do celular, escondido sob meu travesseiro - 03:02h. Talvez se eu deixasse meus olhos falar o que tanto desejavam ... E assim permiti que eles me guiassem. Me mostraram as outras pessoas que dormiam seus sonos profundos e cansados, insetos voando pelo meio da noite, uma luzinha fraca vinda da varanda que insistia em romper o escuro total. 03:11h. Então agora era finalmente a hora de voltar para meu abrigo. Não? Não. Mais uma vez, olhei o horário no celular e não consegui acreditar: eu simplesmente não conseguia dormir! Virei meu corpo - aliás, é apenas o que eu lembro de ter feito durante toda a noite - em busca do meu sono perdido mas ele havia se escondido de mim. 03:52h. Começou uma chuva boba lá fora, mas os sons estavam tão altos aos meus ouvidos ... Escutei cada pingo d'água cair sobre a terra e deixar sua marca, o vento trazendo a chuva pra mais perto, mais perto, perto demais e então pra longe, longe, bem distante. 04:29h. Por que eu não posso dormir? Por que não consigo? Num enforço tremendo, fechei os olhos e minha mente tomou conta do resto da madrugada. Refiz meus planos, pensei nas minhas pessoas, escrevi muitas cartas mentalmente e enviei-as para aqueles que eu desejei. Mas, ainda assim, eu sentia as horas passarem devagar. 05:58h. Foi quando desisti de tentar me forçar a sonhar e comecei a ouvir alguns sonos; eram outras pessoas acordando de um sono que eu não tive. Eram 06:02h quando eu dormi.


Do outro lado da cidade, havia um homem usando o álcool como anestésico durante toda a noite. Sem sucesso, ele - já embreagado - decidiu então contactar quem tanto lhe fazia falta.
A mensagem foi entregue às 6h.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

menina deusa

Era um local vazio e cinza. Eu nunca entendi como fui parar ali, mas quando percebi, eu já estava sentada num dos muitos bancos daquele lugar, debaixo de uma grande árvore que me fazia sombra enquanto as nuvens invadiam o espaço e desbotavam a cor azul do céu. Pouco a pouco, fui vestindo um casaco na esperança de que aquele vento forte não me tirasse da pele o calor e recolhendo os pés descalços pr'aquela água imunda do chão não me contaminar. Quis observar o céu e, para minha surpresa, algo estranho se montava diante de mim: tudo estava escuro agora. Inutilmente, tentei a proteção com algumas folhas jogadas ao chão, mas alguns pingos d'água caíam sobre meu rosto e - em pouco tempo - eu já estava completamente encharcada; rosto, cabelos, roupa, pés descalços, tudo! Alguns trovões me avisavam da permanência da chuva ali e eu aflitamente apenas me recolhi entre os braços para que nada mais me atingisse. Esperei algum tempo ali, não lembro ao certo quanto, mas aos poucos aquela tempestade foi se desfazendo e abrindo caminho à uma entidade que enxeu os meus olhos. Ali, caminhando ao meu encontro, eu avistava uma criatura cuja luz afastava as nuvens negras e permitiam ao Sol, novamente, o seu papel principal. Só então eu consegui ouvir o som das nuvens se afastando e do claro azul celeste de volta ao meu céu. Já próxima a mim, aquela que parecia ser a menina saída das águas, tocou meu rosto, limpou a única lágrima que eu derramei e num gesto simples, abraçou-me e - com seu calor - secou todas as minhas roupas, corpo e principalmente a alma. Finalmente, entreguei-me ao teu abraço e assim ela sorriu para mim como quem diz "calma, criança. eu já estou aqui para te salvar". E assim foi. E assim está sendo. E assim será, até o fim.

à Raisa, minha deusamenina: há tempos eu quis novamente escrever sobre você; porque nunca saberei como agradecer a todos os momentos em que você esteve ao meu lado, porque sou tua obra-prima confessa, porque senti saudades, porque você sempre vai merecer. Obrigada por tudo ... Como SEMPRE foi.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

réquiem para um amor

Não sei o que você esconde os ouvidos sobre as mãos enquanto eu continuo gritando baixo na tentativa de você me escutar.

sábado, 8 de janeiro de 2011

entrada pela porta da frente

Penso que demorei muito a voltar; talvez puq os planos não estivessem todos prontos logo ao primeiro de janeiro. Mas hoje - uma semana depois - as coisas já tão bem articuladas e posicionadas tomam suas respectivas formas e recomeçam o que deve ser aquilo que de melhor que nos espera. Mas eu, marcada pelo tempo, já não acredito em recomeços. Eu só confio nas continuações. As pontas dos meus dedos não traçam meus pensamentos à letra pela primeira vez mas continuam a manchar o papel com todas as minhas ideias batidas de tanto tempo atrás. Confesso que há algo irresistível no "novo". E cá entre nós, sobre irresistível eu entendo. Entendo ... e realmente não resisto.

que venha 2011, amém.

domingo, 2 de janeiro de 2011

para Caio F, com amor

Meu amor, que saudade!
Parece séculos desde a última vez que nos vimos, não é? Eu recebi tua carta ontem, decidi responder logo - antes que eu esqueça que estou num lugar diferente - e aproveitando que tenho tantas coisas pra te contar. Então te prepara, pega uma água e vamos porque vai ser longo ...

Aqui tem uns lugares lindos! Ontem conheci um lago que se parecia muito contigo, pensei em você. Batizei-o secretamente de "Lago Caio F" em tua homenagem; sei que parece meio louco, mas desde a nossa despedida, tu não sai do meu pensamento. Enfim, depois bebi umas coisas e vim dormi (foi quando vi tua carta recém chegada no chão) e deixei pra ler hoje porque eu não estava em condições dignas de te escrever.