tag:blogger.com,1999:blog-32185067480700946482024-03-05T11:37:11.891-08:00tu, onça tu ∞Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.comBlogger248125tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-38691196764520195742013-12-08T06:17:00.000-08:002013-12-08T06:17:30.052-08:00Dissabores<div style="text-align: justify;">
Desta vez, eu não seguiria a receita. Satisfaço-me com o que eu mesma decido que é bom. Mais coentro. Menos pimentão. Uma pitada de sal.. Mais uma pitada de sal. Cheiro forte invadindo a cozinha, a sala, o quarto, todos os cômodos da casa. Inundando a rua. Eles tocam o interfone e perguntam: "como fazer?". Eu não sei, só faço. Mais cebola, eu adoro cebolas. Ainda está sem sal - outra pitada. Colocaria assim os temperos a meu gosto e deixaria ferver o quanto quisesse. Corte simétrico de faca amolada, eu sequer me cortei dessa vez. Não doeu nada preparar você. Panela ao fogo baixo, você ferve tão rápido... Mexo devagar para não grudar no fundo. Inútil. Eu te desgrudo lentamente enquanto você borbulha louca na panela. Mais cinco minutos. Mais sal. Mais sal. Mais sal. Eis que apita meu relógio: tu estás pronta. </div>
<div style="text-align: justify;">
Carne macia derretendo em minha boca. E só. Engulo e fito o prato: tempero de menos, sal de menos, sabor de menos. Eu te fiz ao meu modo para te saborear quente e forte, feito café nos primeiros minutos da manhã. Você está morna. Você está sem gosto. Dissabor total. Não suportarei te ingerir até o final. E agora? Jogo o prato fora ou te dou para um daqueles que querem te provar?</div>
<br />Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-71304945283583856892013-09-08T16:30:00.004-07:002013-09-08T16:30:57.107-07:00Por quê?, Retratos de um desejo insaciável ou Sobre o (novo) eu<div style="text-align: justify;">
A imagem que me olha de volta através do espelho não diz muito. Não diz nada, na realidade. Aquela que sou eu, do outro lado, só me olha com aqueles olhos que, silenciosamente, gritam "faça!". Eu vou pensar todas aquelas coisas que fiz novamente, aquelas coisas que eu acho que deveria esquecer. Não. Eu gostei. Num dos canais de filmes, eu vejo cenas perturbadoras e penso "é isso, é isso que eu quero para mim". Mas como pode ser? Por quê? Por que esse impulso de querer para si aquilo que é mais autodestrutivo? Aquilo que é mais ruim? Aquilo que é mais nocivo? Por que querer aquilo que vai lhe consumir até não te restar nada para ser? </div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-22639123947889280442013-09-04T14:49:00.000-07:002013-09-04T14:49:26.401-07:00ConstataçãoTudo aquilo que me fazia vomitar letra atrás de letra foi jogado fora. Minhas novas pautas não se encaixam. Eu não caibo mais aqui. Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-47445616119045607892013-06-09T16:46:00.000-07:002013-06-09T16:47:00.255-07:00Norte<div style="text-align: justify;">
Malas prontas, impecáveis. Sentada entre desconhecidos, ela esperava seu horário. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tempo traiçoeiro, sabia das suas vontades, e por isso passava depressa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela queria sentar-se ali e fingir que tudo era um sonho, que acordar não seria tão doloroso.</div>
<div style="text-align: justify;">
O portão 9 chamava-a. Embarque imediato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela levantou-se lentamente, arrastou-se lentamente entre os outros passageiros que dividiam com ela a fila daquele voo, pegou o pequeno caderno de anotações e a caneta preta que ganhou dele - única bagagem de mão - e finalmente cruzou a porta.</div>
<br />
<br />
Dentro do avião, olhava inerte as nuvens pela janela embaçada. Escreveu na última folha:<br />
"<i>Eu vou voltar.</i>"Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-37937078317170430452013-03-26T16:25:00.002-07:002013-03-26T16:26:22.049-07:00Dó maior<div style="text-align: justify;">
Encontrar você na rua e fingir não te conhecer foi como me dar dois tiros na mão direita, sim, a mão que eu uso para escrever. Foi como tirar de mim uma parte, uma parte essencial, sem a qual eu fico impossibilitada de fazer qualquer coisa. Foi como mentir para nós dois todos aqueles dias bonitos que vivemos um dia. Sim, você sabe: eu nunca menti antes. Também nunca fingi não reconhecer aquele morto que um dia foi meu amor eterno. Mas era você ali, a poucos passos de mim. Passar por você e (conseguir) ignorar tua presença, foi quase como calar o som da minha própria voz. Sim, você sabe: eu nunca me calei antes. Como poderia: tua música e minha voz separadas um dia?<br />
Mas encontrar você na rua foi me sentir liberta. Foi sentir que eu pude te libertar de todos os abrigos que, carinhosamente, construí, apenas pra te guardar. Foi medo. Medo maior, agora, é te ver solto assim, tão você, como sempre foi, e ter certeza de que é a tua liberdade aquilo que mais lhe doi. Saber que você ainda volta pra casa toda noite e, na companhia do violão, escreve as músicas mais tristes que alguém poderia compôr; machuca mais em mim não poder tirar você da prisão que você mesmo criou. Como poderia: um dia, nós fomos uma única música ... Não sei - nem do que nem o que - foram feitos todos aqueles sentimentos e promessas que um dia fizemos. Não sei mais de você, também. Talvez não sabia nem de mim. Eu só não queria descrever tua solidão ... Mas é só ela quem te acompanha agora.</div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-22041238991782720562013-03-16T19:10:00.003-07:002013-03-16T19:10:31.585-07:00O Ponto ou Entre Parênteses<div style="text-align: justify;">
O que eu perdi. Não sei dizer ao certo onde foi que eu (me) perdi. Existiu algum ponto em que eu deixei passar (muita) coisa e perdi tanto que já nem sei mais por que caminho segui ou quem fui um dia. Os sentimentos velhos (e aqui não se conota o sentido de "antigo"; eles são, de fato, velhos) tornaram-se tão alheios para mim ou fui eu quem diminuiu tanto até fazer com que eles já nem me coubessem mais. As pessoas não são as mesmas. As coisas são não as mesmas. . Por que será? Tudo aquilo em que eu acreditava cegamente foi descontruído sob minhas vistas (aliás, o que passei bradar não mais acreditar, de verdade sumiu de mim); qualquer forma de sentimento hoje me é estranha e eu me sinto mais estranha ainda porque sei que, um dia, fui capaz de sentir tudo isso. Meus argumentos são falhos (e até eu mesma me permito falhar com mais frequência do que antes). A desistência também é frequente. Nada mais importa. Eu me sinto bem (mas não me sinto feliz).</div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-1268855473283348772013-01-29T18:59:00.005-08:002013-01-29T18:59:52.203-08:00Sem saber<div style="text-align: justify;">
A gente não precisa ser sempre sincero. Palavras machucam. A gente deve saber o que dizer e como dizer, sempre. Se não souber o que vai dizer - nem como vai dizer - então não diga. Você não precisa sempre dizer o que pensa pra se sentir verdadeiro. Saiba guardar as palavras inúteis, saiba falar. Não é tudo que se pode (e que precisa) ser dito. A ignorância, às vezes, é mais bonita. </div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-49666927232268265042012-11-30T14:43:00.000-08:002012-11-30T14:43:24.455-08:00Tua Maldição<div style="text-align: justify;">
- Esta marca ainda está aí?<br />Eu estava no banheiro, admirando no espelho a tal marca dos dentes dela na minha pele e ouvi sua voz suave afirmando aquilo que meus olhos viam claramente. Ela parou ali, onde a porta deveria estar fechada e trancada e contra àquela luz do dia amanhecido, ela parecia ainda mais bonita do que eu me lembrava. Na ponta dos pés, como uma criança que não quer fazer barulho, ela caminhou até mim e me abraçou levemente. Nossos rostos agora juntos no espelho me faziam pensar que sentimento era aquele que me invadia. Ela era minha. Livrei-me por um tempo de seus braços e tranquei a porta: estávamos ali, novamente sozinhas, onde ninguém podia e nem precisava nos ver. Ela era incovenientemente quieta. Silenciosa. Minha. Beijei-a com toda a paixão que eu podia externar e, enquanto minha língua corria louca pelo seu corpo, eu a conduzia ao chuveiro. Ela deixava a água quente fluir e se entregava a mim como nunca havia feito. Joguei-a no chão e me deitei sobre seu corpo, ela era tão minha ... Toda sua emoção escapou e, de repente, aquele silêncio era rompido por gritos intermináveis. Eu sufocava sua boca com as minhas mãos enquanto ela dizia ao mundo o quanto era minha. Ela olhava meu desespero, ninguém sabia de nós duas ali, e ria. Ria loucamente. E quanto mais ela ria, mais eu a possuia, mais eu a dominava, mais eu a amava. Não sei o que em mim a engrandecia tanto. O que em mim deixava aquela mulher delimitada entre os meus limites. Mas ela ria tanto que me incomodava. Eu me esforçava para substituir o riso provocador por qualquer outro sentimento que ela nutria por mim. No meu desespero, até a ameacei. E ela, sempre linda, sorria como se não acreditasse que eu fosse capaz. Depois de toda essa cena perturbadora, minha cabeça dava voltas. Ela deitou-se na nossa cama e me esperou sair do banho. Eu continuei trancada no banheiro e, naquele chão onde eu a amei tantas vezes, chorei até dormir. </div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-18569807169055306672012-10-29T18:14:00.000-07:002012-10-29T18:16:20.012-07:00Obra do cão<div style="text-align: justify;">
Não é humana. Aquela figura incomum que se destacou entre tantas outras, me despertou. Olhá-la assim, incrível e distante, como alguém que nunca será capaz de ser meu e ao mesmo tempo desejar infinitamente essa liberdade do teu olhar. Linda. Enfeita, enfeitiça, incita, ludibria. Faz eu querer me entregar, me conservar de bom grado, canto, coração, como for! Me entregar à tua maldição de amor.</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: xx-small;">Obra do Cão - Violante </span></div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-64004574975415144812012-10-18T18:06:00.000-07:002012-10-18T18:06:02.326-07:00<i>Escute, eu não posso te dizer que não pensei nisso. Eu estava brincando. Eu não faria algo do tipo. Eu gosto da minha liberdade. Eu gosto! Eu ... Pergunte a qualquer um dos meus amigos, eles vão dizer a mesma coisa. Sabe o que realmente me chateia, no fim das contas? É quando os casais dizem a palavra "nós". Eu odeio! "Nós pensamos". "Nós podemos". "Nós poderíamos" ... Mas "nós sentimos" ... Este é o maior de todos. Sentimento é uma emoção solitária. Então, você pode sentir, talvez, se estiver apaixonado. E eu ... Eu! Meu sentimento pode ser o de enjaulamento.</i><br />
<br />
<span style="font-size: xx-small;">Shane McCutcheon. The L Word - 6x08</span>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-82834774739318037142012-09-29T15:59:00.003-07:002012-09-29T15:59:58.507-07:00Ciclos- Acho que eu me machuquei de novo.<br />
- Mais uma vez, você quer dizer.<br />
- É, mais uma vez. <br />
- Mas como assim "acha"?<br />
- Assim, achando. Começou a sangrar mas eu não tô sentindo dor.<br />
- Mas você vai sentir. E, daqui a pouco, vai piorar. Você precisa cuidar disso antes.<br />
- E o que eu devo fazer agora?<br />
- Primeiro você precisa limpar: lava direito com água corrente e seca com cuidado.<br />- Você estava certa.<br />- Estava?<br />
- É, começou a incomodar.<br />
- Eu disse ... Bom, depois, você tem de passar <i>esse</i> remédio.<br />- Puta que pariu, isso arde! Caralho ... E como arde! <br />- Calma. Respira fundo. Aqui, eu te ajudo, pega minha mão.<br />- Eu não vou conseguir terminar isso. Doi demais! Faz isso pra mim?<br />
- Tem certeza?<br />
- Tenho! Por favor, faz isso. Eu não vou terminar sozinho! Tá doendo muito!<br />
- Ai, tá. Vem cá ...<br />
- Você vai ter cuidado?<br />
- Claro. Fecha os olhos se quiser e me deixa fazer isso.<br />
- Ainda tá machucando!<br />
- Calma que já vai passar.<br />
- E agora, o que você vai fazer?<br />
- Agora eu vou fechar o curativo.<br />- Já fechou?<br />
- Já.<br />- Posso olhar?<br />- Se quiser ...<br />
- Poxa, mas ficou bom mesmo! A dor tá até passando já ... Tô pronto pra outra!<br />
- É ...<br />
- Posso voltar pra lá? Posso brincar de novo?<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="color: white;">Vai lá, brincar - de novo - comigo de longe ...</span>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-8348704016948781282012-09-02T15:01:00.003-07:002012-09-02T15:05:28.701-07:00Isso<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;">NESZ:</span><br />
Essa vontade de ti, essa sede insaciável dos teus</div>
<div style="text-align: center;">
beijos tão curtos que sequer chegam até mim. </div>
<div style="text-align: center;">
Essa fome de te observar devagar, de te assistir como um</div>
<div style="text-align: center;">
filme antigo em preto e branco e</div>
<div style="text-align: center;">
- ainda assim - </div>
<div style="text-align: center;">
atentar para cada cor que teu corpo pinta. </div>
<div style="text-align: center;">
Essa querência de ser tudo que tuas mãos tocam, </div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;">de ser só eu em você. </span></div>
<div style="text-align: center;">
Eu, essa estupidez. Você, essa demora.</div>
<div style="text-align: center;">
Essa paixão invisível aos teus olhos.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-37319464276765771742012-08-12T20:25:00.000-07:002012-08-12T20:25:26.988-07:00Qual era mesmo o nome dele?<div style="text-align: justify;">
Eu dançava com outros e dancei para você sem saber. Eu esperava qualquer falso sinal de alguém que não viria. Eu fingia não te ouvir, não te enxergar, não entender o que você queria comigo. Eu ignorei você até não poder mais ser indiferente ao teu olhar. Eu dei a mão à tua mão e dancei, agora com você. Eu desacreditei e ri, você se irritou com minha atitude e me deu algo que eu não queria: a lembrança. Eu queria não precisar te ter na memória. Agora, eu só recordo você. </div>
<br />
"<i><span style="color: white;">Éramos sós, somente nós e a rua ria por sermos dois sem ter depois na noite rarefeita fria. Éramos lá, sem navegar. Vagávamos o mar por sermos tais quais dois pardais marrons, famintos, pidões ... Éramos sim noturnos sóis, nem raio nem arrebol. Éramos nus, suando céu, embriagados urubus por sermos soltos, rasantes, loucos, reais. E era dele - palavra dele - ficando longe, dizendo adeus. Éramos sós, somente nós dois.</span></i>"<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: xx-small;">(Violante)</span></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-14627161971418429042012-07-04T18:41:00.002-07:002012-07-04T18:41:32.227-07:00Identidade<div style="text-align: justify;">
Uma Musa batizada. Cabelos vermelhos, lábios por vezes pintados da mesma cor. Monólogos, vozes desconhecidas, personagens que ela cria e desfaz e molda ao próprio gosto - nunca ao gosto de terceiros. Paris; tuas fantasias e tua língua. Seus filmes e seu egoísmo de não compartilhá-los com ninguém. A vida em palavras. Os amores publicados em textos que ninguém entende, exceto a tal Musa. Letras absurdas de músicas absurdas que só ela gosta e só ela canta. Relações construídas com irreverência. Mentiras, algumas. Ideias contrárias, conceitos únicos e respostas loucas. Loucura em si. Contradição. Mutação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: white;">Mas esta é ELA. Ela! E ninguém mais.</span></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-759194934133751202012-06-07T19:26:00.000-07:002012-06-07T19:26:24.811-07:00Era pra ser<div style="text-align: justify;">
Na lembrança , todos os sabores - que eu não tenho - do teu beijo. A vontade tamanha de ouvir a vida novamente emanar ao doce som de um 'sim' saído da tua boca rosada. Talvez eu consiga dizer até o fim tudo que os outros calam, tudo que tua presença faz calar, tudo que habita. A mesma falha repetida no milésimo texto que vai parar na caixa de rascunhos porque você não me lê. Leia minhas linhas, meus sinais mudos, olhares, leia minha boca em câmera lenta lhe dizer: Inefável, tua paixão me pegou. E eu não sei mais como dizer que era para ser uma declaração de amor ... </div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white;">Mas eu sou humana.</span></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-41783436113550807752012-05-31T16:16:00.000-07:002012-05-31T16:17:07.434-07:00Me faz ficar bem mais<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Eu vou te misturar com água e te moldar feito argila, <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_0">maleável</span> ao toque morno. Vou arar você, meu terreno, arrancar as ervas daninhas (e os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">clichês</span>), eu vou te escriturar em meu nome. Eu vou desenhar minhas <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_2">sílabas</span> pelas suas pernas, sonetos inteiros, minhas digitais em suas costas, vou cravar meu nome à unha, vou pintar seus lábios com o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">batom</span>
dos lábios meus. Eu vou te criar de uma costela minha e te botar pra
crescer à minha beira, comer da minha comida, aprender o meu idioma,
respirar o que eu deixar. Eu vou te cantar as minhas canções e as
canções que já são suas eu vou guardar pra mim, pra cantarolar pela
estrada e lembrar da tua pele morena, dos teus cabelos, da tua beleza
indo embora, do prefácio do teu gosto ficando em mim.</span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-size: small;">eu vou <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_4">despir</span> a alma e afogar a calma</span><br />
<span style="color: #666666; font-size: small;">SALIVANDO UM BEIJO TEU. </span></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-49962510978907928552012-05-25T20:06:00.001-07:002012-05-28T18:14:07.156-07:00Voltar ao início<div style="text-align: justify;">
Abandonaria as peças. Refaria as regras. Eu voltaria ao início do jogo. Não fingiria não saber tuas intenções. Eu desvendaria teu olhar tímido, teu sorriso bobo ao me ver e todos aqueles dircursos usados para prender a minha atenção a você. Eu não sabia. Eu deixaria para trás toda aquela inocência fingida e me lançaria de peito aberto a qualquer lugar em que você fosse reinar. Deixaria tua mão escorrer calma entre meus cabelos e não perguntaria "<i>por que você me olha desse jeito?</i>" pra mim mesma toda vez que aquelas lentes encaravam minhas pupilas. Daria ouvidos à tuas palavras. Daria-me por completo. Te amaria desde o primeiro instante. Eu quero voltar ao início quando o jogo chegou ao fim para nós.</div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-63883662737767618642012-05-21T18:19:00.001-07:002012-05-25T19:11:01.710-07:00Inconsequentemente<div style="text-align: justify;">Estava presa há tanto tempo que sequer se lembrava do que precisava se libertar. Um dia, finalmente, criou coragem: arrancou as cordas que a prendiam, acendeu as luzes, abriu as cortinas, deixou portas e janelas abertas (pra sorte entrar, certamente) e saiu sem rumo pela vida. Enxergou as ruas, as cores, as pessoas e o que elas estavam dispostas a fazer por aquela criatura que havia parado no tempo. Só então entendeu: ela estava adiando tudo que precisava viver em nome de uma lembrança que jamais seria vivida novamente da maneira que ela havia guardado pra si. Levou tanto tempo presa à uma lembrança - agora, já quase completamente apagada - que não se permitia viver. Daí deixou a lembrança para só lembrar mesmo e foi viver tudo que ainda estava pendente. Incorporou a inconsequencia para si e vivendo assim, inconsequentemente, correndo contra o tempo e afastando a monotonia dos teus dias, ela estava feliz. Ela é feliz.</div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-13564069678974121892012-04-16T19:03:00.001-07:002012-05-25T19:11:01.689-07:00Pequenos Diálogos Noturnos- Não, ele pode ter a mulher que quiser ...<br />- Você já parou pra pensar que você é a mulher que ele quer?Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-8365652714019670602012-03-31T18:59:00.001-07:002012-05-25T19:11:01.718-07:00Só pro meu prazer<div style="text-align: justify;">Eu vestida quase nada, vestia o sorriso dele enquanto ele se aproximava. Eu construía a minha melhor personagem sob estranhos olhos azuis; ele oferecia o seu melhor em troca dos pensamentos que ele nunca poderia saber e eu não dizia e ele externava de mim aos beijos tudo que eu desejava. Eu mentia o tempo inteiro mas era tudo real nas minhas mentiras. A boca que dizia me odiar me devorava loucamente no segundo seguinte. E o tempo passando para todos naquele pequeno mundo nosso. No espelho, o abraço dele, meus cabelos e nosso reflexo finalmente tranquilo. E depois e depois e sempre recriando a cena de nós dois na minha mente. As antigas, as desejadas, as próximas. Nós dois, só pro meu prazer. <span style="color: rgb(255, 255, 255);">Tudo isso para você saber que eu estou vivendo, afinal.</span><br /></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-32300381172241245652012-03-25T19:13:00.002-07:002012-05-25T19:11:01.695-07:00Se eu soubesseeu vestia a mesma camisa - flores estampadas sobre o luto - e ele trazia no peito aquela cidade que eu queria inundar. como no começo, só que por fim. o samba que bate em meu peito são apitos, buzinas - o som que sua presença fez calar. dói. fita cassete rebobinada com uma caneta <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">bic</span>, volto seis casas pro inicio do jogo. é a dor deste cheque, daqueles olhos no tabuleiro enquanto os meus pousavam naquelas mãos, de um outro cheque que não <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">doía</span> porque havia um rei. minhas flores sobre o luto são <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">guirlanda</span> sobre cova. sobre cama. sobre pena. era sobre isso e nada além, por isso dói. eu vestia quase nada ou nada, vestia sua pele, suas palavras, seus amigos e o nome que ele me deu pra que eu fosse sua. eu vestia a mesma camisa, hoje eu visto milhares de panos, caimentos loucos, cores, texturas, enchimentos. eu estou vazia.<br /><br /><br /><br />COPIADO DESCARADAMENTE DE RAISA ANDRADE: www.deusamenina.blogspot.comAmanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-82850430806389250722012-03-18T18:32:00.001-07:002012-05-25T19:11:01.716-07:00Eu nem vi<div style="text-align: justify;">Ele me encontrou. E digo assim porque talvez eu estivesse perdida no caminho. No caminho que pertence a ele, afinal. Me chamou com um dos dedos e eu pensei que talvez ele tivesse algum comentário a fazer. Mas não, ele nunca me diz nada. Ele se virou diante de mim. Me olhou, me a-na-li-sou assim, pausadamente, como minha respiração ansiosa. Passou uma das mãos nos meus cabelos soltos, brincou com minha orelha e riu de mim. Ele sempre ri de mim. Encaixou as duas mãos em meu rosto e direcionou meus olhos aos seus. Me olhou de novo assim, de perto, sério. Tão sério ... Aproximou os lábios dos meus e então disse que não podia mais esperar: ele me beijou. </div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-88295285078634464072012-03-13T16:25:00.001-07:002012-05-25T19:11:01.720-07:00Não- Você não é mulher pra mim. - ele disse.<br />- Mas que absurdo! - ela respondeu - Eu sou mulher e isto basta!Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-36156294214828097072012-03-07T15:16:00.001-08:002012-05-25T19:11:01.696-07:00Não há nome para todos os sentimentos do mundo.Teu coração pendurado ao meu pescoço. Aperto-o com força contra o peito, tua imagem na minha mente faz meu coração descompassar mas eu estou bem. Liberto todos os sentimentos presos por tanto tempo, eu já não tenho medo, eu já nem lembro tua voz. Eu estou bem, muito bem. Disco teu número vez em quando, não ligo. A vontade que tenho de lhe ver é semelhante a que tenho de ficar velha ... Devoro tuas poucas palavras e vomito - logo em seguida - todas elas. Tudo que há é esta urgência e essa tua falta que preenche cada canto vazio e esse silêncio que só eu escuto, afinal. Eu só quero que você se encontre sem que eu me perca numa resposta para nós dois. Desisto, eu estou bem. Mas é só enxergar você e eu já hesito em pronunciar teu nome; há um medo incomum em lhe chamar, há um receio em ter você aqui. Eu lhe quero. Não há nome para este sentimento. Não é amor: é pior.Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3218506748070094648.post-16266274225909701672012-03-02T15:49:00.001-08:002012-05-25T19:11:01.691-07:00Apelo<div style="text-align: justify;">Venha logo. Eu te preciso agora, com uma urgência tão absurda ... Eu já não sei o que há em volta porque esperar é tudo que faço. Eu grito insistentemente o teu nome e você não escuta nada além de alguns sussurros. Continuo reunindo todos os teus pedaços deixados para trás e montando teu esqueleto. Frações do teu novo eu me alcançam através das poucas palavras e eu as reencaixo na esperança de montar teu corpo. Modelo, adequo, respiro: é você vivo, então. Mas é calado, distante, diferente. Um erro honesto que cometi. Eu preciso me consertar também.<br /></div>Amanda Silveirahttp://www.blogger.com/profile/02610435460801197409noreply@blogger.com1