domingo, 12 de agosto de 2012

Qual era mesmo o nome dele?

Eu dançava com outros e dancei para você sem saber.  Eu esperava qualquer falso sinal de alguém que não viria. Eu fingia não te ouvir, não te enxergar, não entender o que você queria comigo. Eu ignorei você até não poder mais ser indiferente ao teu olhar. Eu dei a mão à tua mão e dancei, agora com você. Eu desacreditei e ri, você se irritou com minha atitude e me deu algo que eu não queria: a lembrança. Eu queria não precisar te ter na memória. Agora, eu só recordo você.

"Éramos sós, somente nós e a rua ria por sermos dois sem ter depois na noite rarefeita fria. Éramos lá, sem navegar. Vagávamos o mar por sermos tais quais dois pardais marrons, famintos, pidões ... Éramos sim noturnos sóis, nem raio nem arrebol. Éramos nus, suando céu, embriagados urubus por sermos soltos, rasantes, loucos, reais. E era dele - palavra dele - ficando longe, dizendo adeus. Éramos sós, somente nós dois."
(Violante)