sexta-feira, 24 de julho de 2009

à (minha) vida

simões filho, 24 de julho de 2009.


Vida,

inicio esta carta te pedindo desculpas. talvez você ache inútil ou completamente indiferente, mas eu preciso dizer isso: desculpa. por todas as vezes que te deixei pra depois, que te neguei, que não te enxerguei na minha frente. mas hoje eu não queria voltar ao passado - só a um passado breve que preciso comentar - e, então, retomo o assunto principal, motivo que me leva a te escrever.
há alguns meses você saiu de mim. entendo que estava esgotada, sentindo-se incapaz e vazia sem o meu apoio. mas, vida, são nessas horas que a gente mais aprende! hoje percebo o tempo que perdi quando te guardei na caixa pra usar mais tarde. felizmente, o mais tarde não foi tão tarde assim e agora eu posso estar aqui, tranquila, com minha xícara de café e minhas unhas vermelhas, aproveitando a noite que já está me consumindo, embora eu saiba que não irei conseguir dormir bem hoje se não te disser tudo que tenho pra dizer. então, acho que quando a gente chega no fundo do poço (aquele estágio deplorável no qual eu me encontrava quando você voltou a me ver), o mundo só tende a melhorar. assim aconteceu comigo, quando a gente se encontrou mais uma vez. ah, vida, você não sabe como meu coração bateu forte naquele dia! que bom que o tempo passa e que eu posso contar com os caminhos e destinos tão incrível do mundo.
enfim ... chega de lamuriações. agora chegou a hora na qual eu "me" revelo pra você: te escrevo pela saudade que sinto, pelas imaginações de mundo que tenho, por tudo que ainda não vi, pelos segredos e pelos escancarados. mas te escrevo, vida, principalmente pra agradecer por você ter tomado aquele caminho de volta e não ter desistido de mim. quem sabe o que hoje eu seria ou o que estaria fazendo se continuasse com as mesmas sensações daqueles tempos tão terríveis! quando lembro do quão absurda tua ausência se tornou pra mim ... e eu que nem me importava, passei a sentir. agora te peço que nunca, mas nunca mesmo, minha vida, se afaste de novo de mim. da minha parte, tens a promessa de eu não deixar isso ocorrer novamente, porque finalmente sei o quanto é bom te ter preenchendo cada poro, cada tecido, cada célula do meu corpo.
eu não lembrava o quanto era bom ser feliz; obrigada por não me deixar esquecer isso.

te aguardo anciosa - hoje e sempre.
beijos,



Mademoiselle ~