sábado, 22 de outubro de 2011

de novo

Sem motivo. É só um devaneio que me visita vez em quando e insiste em me reportar aos desejos guardados naquela gaveta emperrada do meu porão. É quando - de repente - minha mente está em você. Mas sempre é assim, você não desaparece nunca. Aqui, eu já não tenho domínios: as memórias são substantivos concretos; existem por quê querem e me invadem subtamente apenas por diversão. As coisas se moldam desse jeito e ao teu ver, é tudo novo (mas é só demais do mesmo). Tudo ainda há e faz questão de se mostrar presente, de não ser esquecido. Tudo adomerce tranquilo quando tua ausência incide aqui e é só você chegar para tudo despertar. E o que poderia ser? O que ficou pendente ainda sonha em ser. Ainda desejo fazer do meu corpo o teu lar.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

sobre o que não é meu

Certas coisas fogem do nosso controle. Ultrapassam nossas fronteiras, expandem-se por outros domínios e quando percebemos, já não nos compete vigiar sozinhos os nossos próprios limites. Meu espaço, então, invadido por tantos outros, parece que já não me pertence mais. Olhando bem ao redor, nada é - de fato - meu de verdade. É mais que uma perda: é um abandono. O tudo que foge de mim agora se deixa apropriar por outros serem diferentes do eu em mim que se desconstroi a cada despertar, na vida semi nova que eu tento forjar, na felicidade notoriamente e ignoradamente inexistente. Meu limite - severamente violado - acabou perdendo-se entre os espaços alheios. E por que há resistência? Simplesmente porque não há outra saída. Outra saída, aliás, há de existir. Mas não existe coragem para enfrentá-la como ela pede.


eu quero tocar fogo nesse apartamento, você não acredita
(...)
eu quero ir embora; eu quero dar o fora!