domingo, 30 de março de 2008

Pretérito

Bárbara desabafava com seu melhor amigo. Chorava, soluçava, contada das suas angústias, como se ele atrevia a se comportar daquele jeito com ela? Seu amigo a consolava, tentava enxugar suas lágrimas quando Ele, Fernando, se aproximou. Perguntou a ela se ela estava chorando por ele, e ela mentiu. Fernando foi na parte de fora da casa, abriu um círculo como num dos rituais dele, e voltou, dizendo que a aura da menina estava amarela. Ela devia estar irritada com algo. Sim, ela estava: com ele. Ele voltou à parte de fora, fechou o círculo e voltou, tentando conversar com Bárbara. Ela o repreendia e dizia que não precisava mais falar, pois já havia dito tudo que queria. Então, Bárbara foi até a parte de fora da casa, viu o círculo desenhado no chão de terra e sentiu os passos de Fernando vindo atrás dela. Bárbara olhava diretamente para o céu... As estrelas formavam um brilho intenso e a noite estava fria, muito fria, ela não conseguia suportar muito. Sentiu o braço dele passando pelo seu pescoço, enquanto ele dizia:
- Está vendo aquela estrela mais brilhante, logo ali? - tentou Fernando.
- Estou - ela respondeu com frieza.
- Pois... Aquela estrela é um planeta.
- Como você sabe?
- As estrelas mais brilhantes são planetas.
- Ah tá, interessante. Melhor a gente entrar, aqui está muito frio...
E ela voltou a entrar em casa, acompanhada por ele. Sentou-se numa mesa e pediu pra ele sentar do lado dela, ela queria conversar mais. Logo, ela sentiu uma forte dor de estômago, mal conseguia falar. Deitou sua cabeça sobre a mesa e ele, não se sabe o motivo, colocou seu rosto sobre o dela. Fernando foi se aproximando, se aproximando, ficou próximo demais até não se conter e dar um beijo em Bárbara. Ela só conseguiu retribuir o beijo. No momento, dois amigos deles, sentados em outra mesa, observavam a cena, um pouco assustadora pra todos. Fernando levantou seu rosto, deixando Bárbara respirar e ela, envergonhada, voltou a recostar sua cabeça na mesa. Ele pareceu não satisfeito, e a beijou outras vezes, mesmo contra a vontade dela. Fernando não deu ao menos uma explicação a Bárbara, mas ele a abraçava como se gostasse do que estava acontecendo, e isso para ela, no momento, era o bastante. Ele sugeriu tantas coisas loucas, tantas idéias soltas, tantos motivos para eles continuarem... Bárbara não conseguia esconder, ela estava feliz! Os outros amigos continuavam a olhar eles juntos, estavam abismados. E Fernando continuava, Bárbara aceitava e a noite ia ficando cada vez mais fria e o estômago dela cada vez mais dolorido. Ela queria remédios, mas ele não a deixou tomar, dizendo que ele era alérgico ao que ela queria tomar. Ela riu, riu muito e isso aumentou a dor. A hora de Fernando ir embora tinha chegado, e ele deu um abraço muito apertado nela, como uma despedida triste, já que iria demorar para eles se verem de novo.
- Quando a gente vai se ver de novo? - ele perguntou;
- Não sei... Enquanto isso, existe internet e
- Não! - ele a interrompeu.
- Não puq, menino?
- Puq por internet você entende tudo errado.
- Tá... A gente se vê, então.
Ele entrou no carro, deu um 'tchau' a ela e foi se afastanto. Enquanto isso, o estômago de Bárbara parava de doer, mas ela ainda não acreditava no que havia acontecido. Fernando, de novo, tinha usado-a. Mas ela deixava. Mesmo que fosse a última vez, ela deixou. Agora só restava as lembranças do passado, que ela tanto fazia questão de recordar. Na sua cabeça, Nando Reis gritava 'que eu trocaria a eternidade por essa noite'...













talk about it - Eman (inspirada em Bubi Loo)

4 comentários:

Beija-Flor disse...

amanda, amanda.
só digo isso.

Beija-Flor disse...

amanda, amanda.
só digo isso.

αmαndα' disse...

e eu nem digo nada :P

Srtá. Davis disse...

P E R F E I T O!