Olhou-se no retrovisor do carro e limpou as lágrimas, tomando o cuidado de não borrar sua maquiagem. Sentia um vazio no peito, uma vontade de gostar de alguém de novo, pois ultimamente praticava paixões como um jogo de azar. Olhou para o lado e não acreditou no que via: perto do seu carro lá estava o seu passado, atravessando a rua de cabeça baixa e segurando livros. Ficou observando-o por um instante. Ele continuava o mesmo. Nem mais bonito, nem mais feio; o mesmo jeito de andar, os óculos... Só estava um pouco mais alto, o cabelo um pouco mais curto, a ausência do seu antigo piercing e uma barba rala o deixa um pouco mais homem. Atravessou a rua passando pelo fundo so seu carro. Ela abaixou a janela e apaerou os olhos para ter a certeza de que ele estava ali. Queria chama-lo, queria poder olhar nos olhos dele e falar com ele depois de tanta coisa, queria poder abraça-lo novamente, queria pelo menos dizer um 'oi'...
Mas não chamou, não falou com ele, não o abraçou. Simplesmente ficou olhando ele desaparaecer no meio das pessoas. Mais uma vez foi covarde. E no som do seu carro, Cazuza dizia: 'Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida e algum veneno que me dê alegria.'
créditos à: Beija-Flor ~
Um comentário:
...que arraso!
cena cinematográfica. dá pra sentir na pele.
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