domingo, 25 de março de 2012

Se eu soubesse

eu vestia a mesma camisa - flores estampadas sobre o luto - e ele trazia no peito aquela cidade que eu queria inundar. como no começo, só que por fim. o samba que bate em meu peito são apitos, buzinas - o som que sua presença fez calar. dói. fita cassete rebobinada com uma caneta bic, volto seis casas pro inicio do jogo. é a dor deste cheque, daqueles olhos no tabuleiro enquanto os meus pousavam naquelas mãos, de um outro cheque que não doía porque havia um rei. minhas flores sobre o luto são guirlanda sobre cova. sobre cama. sobre pena. era sobre isso e nada além, por isso dói. eu vestia quase nada ou nada, vestia sua pele, suas palavras, seus amigos e o nome que ele me deu pra que eu fosse sua. eu vestia a mesma camisa, hoje eu visto milhares de panos, caimentos loucos, cores, texturas, enchimentos. eu estou vazia.



COPIADO DESCARADAMENTE DE RAISA ANDRADE: www.deusamenina.blogspot.com

Um comentário:

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

que coisa boa de encontrar por aqui. é bom me sentir completa andando nua outra vez :)