domingo, 18 de março de 2012

Eu nem vi

Ele me encontrou. E digo assim porque talvez eu estivesse perdida no caminho. No caminho que pertence a ele, afinal. Me chamou com um dos dedos e eu pensei que talvez ele tivesse algum comentário a fazer. Mas não, ele nunca me diz nada. Ele se virou diante de mim. Me olhou, me a-na-li-sou assim, pausadamente, como minha respiração ansiosa. Passou uma das mãos nos meus cabelos soltos, brincou com minha orelha e riu de mim. Ele sempre ri de mim. Encaixou as duas mãos em meu rosto e direcionou meus olhos aos seus. Me olhou de novo assim, de perto, sério. Tão sério ... Aproximou os lábios dos meus e então disse que não podia mais esperar: ele me beijou.

Um comentário:

Rodrigo Mota disse...

Mais um texto magnífico! Perfeito!