domingo, 19 de abril de 2009

40 dias no espaço

daqui é tudo tão diferente ...
tristeza sorri, alegria chora. o amor não existe e a vida se perde em segundos poucos e vagos. vazio. não há nada que me prenda os pés sob o chão, e nem nada que me faça voar. vazio. as estrelas são tão minuciosas, tão indiscretas. algumas chegam a gritar, aos quatro cantos, as dores que machucam. mas que cantos? estes também inexistem. os cometas voam livres, tão livres quanto os sonhos das crianças pequenas que habitam aquele lugar de onde eu vim. oxigênio? eu não respiro! e posso dizer, sem culpa alguma, que o que me falta não é ar. tudo é tão maior do que os atlas descrevem ... levanto-me e olho ao redor: tudo tão distante. só quem tem sensibilidade o suficiente pode sentir a solidão completa.
v a z i o.
e é tudo o que há. este lugar é feito disso. mas eu só estou esperando carona da próxima nave me levar de volta. isso que vai me puxar pelo braço e me conduzir de volta a júpiter. isso que vai me devolver toda vontade, toda verdade, todo ar. espera, tem algo me sugando ...



ah meus 40 dias
ah tempo que (não) passou ...
quase não suportei
finalmente acabou!
e eu mal vejo a hora
de brincar de amar
de brincar de amor
minha solidão e só
alma pura e coração novo
mas agora, tudo voltou
eu me renovo, eu me movo
e eu quero tu-do de novo
ah, se quero ... [6]

Um comentário:

Khaos disse...

"eu me renovo, eu me movo"

aí, eu ajudei nisso!
:D
ya, bem bonito o seu texto!