domingo, 1 de junho de 2008

não me importa se está certo ou errado

eu fui caminhando até ele. ele se mantinha numa pose firme, seguro de si, cheio de orgulho e de vontades. e eu... eu não sabia o que fazer. para cada passo que eu dava, sentia o medo me invadindo. e tudo aquilo puq eu sabia que era só ele me dizer uma palavra e eu me renderia. então, ele me abraçou. senti de novo aquele cheiro, uma mistura de shampoo e perfume. aquele cheiro me trazia tantas lembraças, tantas dores passadas.... senti também suas mãos se encontrando nas minhas costas, e o sua respiração tocando levemente na minha face. por um segundo, pareceu só existir nós dois no mundo. sua boca tocou minha bochecha, por impulso (o mesmo impulso que o fez me abraçar). então ele olhou pra mim. ai, era essa a minha tarefa mais difícil! aqueles olhos penetrantes me cortavam a alma, mas confesso: era a dor mais doce que eu já havia sentido... ele sabia disso, sabia o poder que tinha sobre mim. e ele veio exercer esse 'poder'.

ele me arrastou até a sala. literalmente, me pôs contra a parede e me deu um beijo demorado, um beijo com vontade, um beijo forte, apaixonado. eu pensava no meu vestido sendo amarrotado enquanto ele deslizava as mãos pelo meu corpo, sentindo cada pequena curva minha. beijou meu pescoço, soltou meus cabelos. levou a boca até meu ouvido, murmurou um 'eu te amo', daqueles ensaiados na frente do espelho. me deixou louca. louca. ele sabia exatamente o que precisava fazer pra eu me entregar, e eu, fraca, não resisti. eu me sentia segura nos braços dele, tinha vontade de ficar daquele jeito pra sempre, eu estava vivendo o meu sonho mais oculto e não queria acordar. eu me envergonhava disso. me envergonhava profundamente de ter que admitir que ele era dono do meu coração. eu não podia fazer mais nada pra mudar a situação.

ele se levantou. acendeu um cigarro e o pôs na minha boca, enquanto ele tomava o vinho tinto que havia restado da noite anterior. se deitou ao meu lado, permaneceu calado, e eu não tinha coragem de quebrar aquele silêncio. só senti, alguns minutos depois de eu ter jogado o cigarro apagado no tapete, a língua dele na minha. era a nossa despedida. era o beijo que eu e ele iríamos guardar pro resto de nossas vidas. levantei, ajeitei meu vestido, o abracei, disse um 'adeus' frio, sem sentimento algum, e senti que ele assistia a minha partida. eu iria voltar; só não sabia quando. enquanto isso, o vinho o esquentava e o meu cigarro me reanimava. eu iria voltar pros braços deles, assim como ele voltaria pra mim. ele sempre voltava, e eu também. eu também.

7 comentários:

Rα i sα ~ disse...

se ontem eu tivesse te mandado o tal texto,
se fosse ele no lugar deste que agora está aí,
ainda assim, não falaria tanto de mim.
não sei se foi a 'dor doce', ele voltando sempre e eu também ...
só posso dizer que te entendo.

e já não me importa se está certo ou errado.

Xande disse...

powww!!
perfeitooooo!!!
ameii demais!
parabéns!!

Beija-Flor disse...

sabe quando você tem a impressão de ter vivido aquilo, mas sem viver?
sem tem acontecido.
é, todo mundo volta, não importa quando e nem pra onde foi.
o que importa é para onde sempre volta.

bruna disse...

ficou lindo! tu mudou, amadureceu, sangrou! perfeito <3

Rafaela disse...

Amigaa,LiiiiindO
demais.

Dan Souza disse...

Muito lindo!!!

E logo hj que eu tô tão a flor da pele...
Quase choro, Musa!

Saudade!

beatrice. disse...

teus textos são, realmente, muito lindos, também me identifiquei em muitos deles.
este então... é lindo, menine.

parabens a ti, também.

ps: não precisa ter vergonha de ir até meus Campos de Morangos, é só entrar, sentar-se e assistir o espetáculo. (: