Malas prontas, impecáveis. Sentada entre desconhecidos, ela esperava seu horário.
Tempo traiçoeiro, sabia das suas vontades, e por isso passava depressa.
Ela queria sentar-se ali e fingir que tudo era um sonho, que acordar não seria tão doloroso.
O portão 9 chamava-a. Embarque imediato.
Ela levantou-se lentamente, arrastou-se lentamente entre os outros passageiros que dividiam com ela a fila daquele voo, pegou o pequeno caderno de anotações e a caneta preta que ganhou dele - única bagagem de mão - e finalmente cruzou a porta.
Dentro do avião, olhava inerte as nuvens pela janela embaçada. Escreveu na última folha:
"Eu vou voltar."
2 comentários:
Ôh se volta... esteja certa que sim!
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