domingo, 9 de junho de 2013

Norte

Malas prontas, impecáveis. Sentada entre desconhecidos, ela esperava seu horário. 
Tempo traiçoeiro, sabia das suas vontades, e por isso passava depressa.
Ela queria sentar-se ali e fingir que tudo era um sonho, que acordar não seria tão doloroso.
O portão 9 chamava-a. Embarque imediato.
Ela levantou-se lentamente, arrastou-se lentamente entre os outros passageiros que dividiam com ela a fila daquele voo, pegou o pequeno caderno de anotações e a caneta preta que ganhou dele - única bagagem de mão - e finalmente cruzou a porta.


Dentro do avião, olhava inerte as nuvens pela janela embaçada. Escreveu na última folha:
"Eu vou voltar."

2 comentários:

Fabrícia Alves disse...

Ôh se volta... esteja certa que sim!

Fabrícia Alves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.